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Pandemia expandiu demanda por cibersegurança

Pandemia expandiu demanda por cibersegurança

Pandemia expandiu demanda por cibersegurança

 

A simples compra de um lanche pela internet, quando você fornece dados como endereço e número de cartão de crédito, por exemplo, pode servir de entrada para os chamados ataques cibernéticos. Essa prática criminosa, que explora as vulnerabilidades da web para obter informações sigilosas e praticar roubos e chantagens, vem crescendo e preocupando principalmente as empresas, alvos mais recorrentes dos criminosos digitais.

Levantamento da Apura Cybersecurity Intelligence, empresa especializada em segurança digital, mostra que o número de ameaças de ataques cibernéticos se intensificou ainda mais durante a pandemia do novo Coronavírus, com aumento de 394% de janeiro a novembro de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento tem relação direta com a grande e repentina migração de empreendimentos para o digital e a necessidade de adotar o regime home office sem uma política de segurança adequada por parte das empresas.

Eudes Mendonça, instrutor de TI do SENAI Pará e especialista em Redes de Computadores, aponta a falta de conhecimento como o principal problema para o avanço do crime digital. “O usuário vê seu smartphone, seu computador, tablet e até o videogame sem a devida noção de risco, acessando e-commerce e sites sem critérios, e acaba sendo presa fácil para os invasores. E esses hábitos são levados para dentro das organizações, pois os funcionários acabam acessando sites, links duvidosos recebidos por e-mail, injetam pen drives que podem estar contaminados. Com isso, os vírus podem se espalhar dentro da rede interna e gerar riscos para as empresas, como impacto na reputação, perda de informações e de receitas e prejuízos com a paralisação de toda a cadeia produtiva”, explica o especialista. 

De acordo com levantamento feito pelo Instituto FSB Pesquisa, com 1.000 executivos brasileiros, apenas 29% afirmam que suas empresas estão preparadas para responder a um ataque cibernético. Por outro lado, buscando evitar prejuízos, as organizações passaram a dar atenção especial à cibersegurança, prática que protege o universo digital por meio de ações sobre pessoas, tecnologias e processos visando prevenir e solucionar esses ataques. Segundo dados da PwC, empresa de auditoria e consultoria, 57% das empresas brasileiras devem aumentar seus investimentos em cibersegurança em 2021 e metade quer incluir o sistema de proteção em todas as decisões de negócios.

A INDÚSTRIA DEMANDA PROFISSIONAIS QUALIFICADOS

Os profissionais de segurança cibernética são os responsáveis por construir processos e ferramentas e desenvolver competências organizacionais, cujos objetivos são a prevenção (construir mecanismos de defesa), o monitoramento (para acompanhar ataques e invasões) e a antecipação. Mas, apesar de o Brasil estar entre os países que lideram como alvo de ataques cibernéticos, faltam profissionais capacitados para responderem a essas ameaças. 

Segundo a organização internacional (ISC)², em levantamento de 2020, o Brasil tem necessidade urgente de formação e qualificação de aproximadamente 332 mil profissionais de segurança cibernética. Desde 2018 o SENAI aponta as profissões de cibersegurança entre as grandes novas ocupações que teriam papel importante no futuro, mas com as adaptações tecnológicas que surgiram em consequência da pandemia e as oportunidades de emprego durante e pós-Covid-19, a tendência se confirmou já em 2020. 

Buscando atender a esta demanda, o SENAI oferta em seu portfólio 10 cursos, gratuitos e pagos, que vão desde os módulos iniciais até a simulações hiper-realistas de ataques cibernéticos e especialização com o simulador, voltada para profissionais que já tenham conhecimento e prática em TI, especialmente em redes de computadores. Do total de cursos, 06 são na modalidade a distância e 04, presenciais. 

Ramon Risuenho, 22 anos, é formado em Engenharia da Computação e está se especializando em Segurança da Informação na unidade do SENAI CEDAM, em Belém. Para ele, a grande necessidade por profissionais de sua área não é uma surpresa. “Posso dizer que eu me preparei para este momento. Eu já imaginava uma grande demanda porque a revolução da indústria 4.0 já estava vindo e, com tudo conectado, a segurança seria, inevitavelmente, imprescindível. A pandemia, e com ela o aumento das ameaças, só fez com que as empresas enxergassem isso de maneira mais rápida,” considera o estudante, que já está atuando na área. 

O jovem Mateus Rebouças, 19 anos, também está se especializando em cibersegurança no SENAI CEDAM. “A área de segurança não pode mais ser negligenciada e por isso a demanda está em alta. Tenho consciência dos desafios e da responsabilidade, como profissional, de proteger dados tão sensíveis. Mas tenho recebido toda a capacitação necessária para poder contribuir com as organizações futuramente”, diz o aluno. 

Para ampliar ainda mais sua expertise na área, o SENAI Pará está desenvolvendo um projeto de carreira na área de segurança cibernética, que abre capacitações que vão desde cursos introdutórios até os de alta complexidade. A previsão é que a oferta inicie até o segundo semestre deste ano, com as aulas ocorrendo, inicialmente, na unidade SENAI CEDAM, em Belém. “Nosso objetivo é fortalecer a cultura de cibersegurança no Pará por meio de uma capacitação completa, formando profissionais qualificados para atender as diversas demandas da indústria”, complementa o especialista de TI do SENAI CEDAM, Eudes Mendonça. 

Os cursos na área de cibersegurança do SENAI possuem carga horária que variam de 4 a 100 horas de duração. Os requisitos para participação dependem do tipo da especialização, mas, entre as ofertas, há oportunidades de qualificação para quem já tem curso ou experiência na área, até para pessoas a partir de 14 anos e ensino fundamental como nível de escolaridade, em busca de iniciar na carreira.

 



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